O Ogham é, sem dúvida, uma fascinante parte da herança celta, servindo tanto como um sistema de escrita quanto como uma ferramenta espiritual, similar às runas nórdicas. Sua origem mitológica, atribuída ao deus Ogma, campeão dos Tuatha De Danann, reflete a profundidade e a reverência que os celtas tinham pelo conhecimento e pela comunicação. Ogma, comparado ao Hércules grego, era visto não apenas como um guerreiro forte, mas também como um ser de grande intelecto e poder de persuasão, destacando a importância da eloquência e do conhecimento na cultura celta.
O Ogham, enquanto sistema de escrita, apresenta uma estrutura única, com suas letras (fedha) organizadas ao longo de uma linha guia chamada flesc. A divisão em aicme e a inclusão dos forfedha para representar sons adicionais, mostram a adaptabilidade do alfabeto frente à influência romana e à evolução linguística.
Historicamente, o surgimento do Ogham é cercado por debates, com teorias que o situam em origens célticas ou até mesmo pré-célticas. No entanto, sua importância na tradição celta é inegável, tanto na preservação de conhecimentos quanto na prática divinatória.
Os celtas, conhecidos por suas habilidades como guerreiros, artesãos e agricultores, formaram uma cultura rica e avançada, apesar de sua estrutura política fragmentada. Seu legado sobreviveu principalmente nas regiões da Irlanda, Escócia e País de Gales, conhecidas hoje como o “Mundo Celta”.
Para aqueles interessados em explorar o Ogham e sua história, obras como The Book of Ballymote, Ogygia de O’Flaherty, e The White Goddess de Robert Graves são fontes fundamentais para o estudo desse fascinante alfabeto e sua aplicação na prática espiritual.